sábado, 21 de maio de 2011

De que são feitos os anjos

Quantos anjos perdidos...
Ah, se os mortais dessem mais valor ao que importa,
Os anjos não estariam tão corrompidos,
Decaídos,
Se as crianças pudessem ter mais esperança...
De que são feitos os anjos,
Será de porções mágicas,
Ou de imaginação?
Quantos homens maus são necessários
Para fazer o mundo crer que anjos não existem?
Eles te provaram que sonhos são desejos imaturos,
Ou algo sobre o subconsciente,
Tudo tão frio e calculado...
Quantas vidas são necessárias
Para acalmar o anjo da guerra?
O sangue inocente tem o sabor de vingança,
E vingança é doce como carne de criança...
Que gosto tem a morte?
O perfume que ela usa entorpece e anestesia o corpo,
para que ele possa vomitar a alma.
Que rosto tem a morte?
Será ela um anjo ou um demônio?
E não serão os demônios anjos rebeldes? 


segunda-feira, 9 de maio de 2011

Tudo se Acaba

Eu tinha uma faca com a bainha,
Eu tinha uma poldra com uma poldrinha,
Eu tinha um Nêga com uma Nêguinha,
Ferrugem comeu a faca, rato roeu a bainha,
A poldra ficou doente, de fome morreu a poldrinha,
Peste matou a Nêga, sarampo matou a Nêguinha;

Me sobraram três cuias de farinha, três pratos de semente,
Se a chuva não cair pra dar uma safra descente
Vou morrer de fome e de sede, minha gente!
Tudo se acaba, nada dura para sempre,
Perdi a alegria, nunca mais serei contente,
Perdi minha fé, a coragem de seguir em frente.



(Mauro Sergio e Higor Soares)