quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Incompatibilidade

Se só o amor me bastasse,
Se não fosse tão frágil,
A ponto de se quebrar...
Se estilhaçar...
Um pedaço de mim
Que eu quis te dar,
Fazer parte do teu corpo,da  tua alma, 
Ser um só,
Carne e alma em equilíbrio, enfim. 
União não existe em desigualdade,
Se as peças não tiverem o mesmo tamanho
Não vão se completar
E tudo que é tão belo
Irá se acabar...
Infinitos são os caminhos
Da paixão desastrosa,
Instável e incapaz de crescer,
Infinita é a grandeza de aprender
A conceder por amar...
Se só o amor me bastasse,
Se não fosse tão frágil,
A ponto de se quebrar...



terça-feira, 9 de agosto de 2011

Fulano

Era uma vez um sujeito chamado fulano que morava no fim do mundo, onde ele era João ninguém. Não tinha família, amigos, nem cão de estimação. Mas tinha uma menina bonita que passava pela estrada a caminho de casa, com o cabelo brilhando, olhos tristes, segurando a barra da saia que o vento insistia em levantar.
Fulano triste, vivia sua vida triste e solitária em sua cabana. Nesse rancho, que abrigava o mundo de Fulano, ele sonhava em ficar rico comprar uma roça com muita cabeça de gado, ser chamado de Dr. Fulano de Tal e se casar com a menina dos olhos tristes.
Um belo dia caiu um pé d’água muito forte, com trovão e relâmpago, e Deus por pena (ou por gozação) lançou um raio na cabana de Fulano, que pegou fogo, incendiou, clareou o céu ... Fulano morreu queimado que nem carvão e seus sonhos tão bonitos e bem bolados viraram cinza, que o vento carregou com toda a sua fúria para a casa da Menina e invadiu seus olhos tristes que se encheram de lagrimas e a fez chorar por muitos dias.
Hoje a Menina dos olhos tristes não chora mais porque ela fez promessa e foi se embora pra longe, pra terra do distante. Se deu bem na vida, casou-se com Dr. Colarinho Branco e agora é madame, Madame Alta Sociedade.

(Pessoal sei que o texto é bastante ingênuo, é que quando o fiz eu tinha apenas 13 anos e era, como diria Raul, "Inocente, puro e besta")