quarta-feira, 27 de abril de 2011

Não sei

Tem dias em que não sei o que sou...
O chicote ou a pele açoitada,
A lâmina ou a face cortada,
O anzol ou a isca fisgada,
A calmaria ou a tempestade,
Arrogância ou simplicidade,
Profecia ou desastre;

E mesmo que soubesse,
Ou alguém me dissesse,
Não saberia pra onde vou
Ou o que sou...

A borboleta ou a flor,
A anestesia ou a dor,
A personagem ou o ator,
O mar ou o deserto,
Decidido ou incerto,
O aborto ou o feto;

O holocausto ou a ressurreição,
O político ou o povão,
Robin Hood ou ladrão,
O cientista ou a criatura,
A doença ou a cura,
Sanidade ou loucura;

Sempre me perco em mim,
E não acaba esse circulo sem fim...

A luz ou a escuridão,
A multidão ou solidão,
Ser social ou ermitão,
O sábio ou o tolo,
O chumbo ou o ouro,
A alma ou o corpo;

Livre arbítrio ou pecado,
Dom divino ou amaldiçoado,
O enganador ou o enganado,
Homem ou macaco,
A vitória ou o fiasco,
Aberração ou auto-retrato;

Pecado original ou imitação,
O inferno ou a redenção,
Católico ou pagão,
O guerrilheiro ou a guerra,
O salto ou a queda,
Espaço sideral ou a terra;

A paixão ou o amor,
O alivio ou a dor,
Democrático ou ditador,
A serpente ou o veneno,
A vespa ou o veneno,
A língua ou o veneno;

A elevação ou a mediocridade,
Submissão ou liberdade,
Meu sonho ou sua realidade,
O estado ou a anarquia,
Competência ou hierarquia,
O que você acreditava ou o que eu sentia;

Satanás ou Deus,
Lucas ou Mateus,
Nazistas ou Judeus,
O filho ou o pai,
O que fica ou o que vai,
Tudo isso ou nada mais.


segunda-feira, 11 de abril de 2011

Vênus

Pernas pecaminosas
Passeiam por pensamentos pudicos
Provocando paixões,
Mãos maliciosas
Manuseiam mensagens mudas
Materializando miragens,
Olhos oblíquos
Obliteram obeliscos ornais
Organizando orgias,
Língua lânguida
Lambendo lábios lascivos, 
Louvada luxúria.