segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Ícaro

De onde vem esse intenso desejo de voar,
Como se fosse natural ao homem
Poder tocar as nuvens suspensas no ar,
Saber pra onde vão os balões quando somem;

Me perder na imensidão do azul celeste,
Voar mais alto, até onde ninguém se atreve,
Sentir o corpo sem tensão, a alma leve,
Descobrir que a eternidade é só um momento breve.



Flerte sem fim

A tua boca
em minha pele nua,
Teus dentes
Devorando minha carne crua,
Teus dedos
emaranhados em meus cabelos
E teus lábios
sufocando a minha boca;
Enquanto a lua lá fora,
suspensa num céu negro,
povoa os sonhos
daqueles que não tem com quem sonhar;
A minha língua
prova o teu suor,
Minha saliva
evapora no calor do teu mamilo,
Minhas mãos
se tatuam em teus seios,
Meu umbigo
roça teu umbigo nu;
Enquanto do outro lado do mundo
o sol queima as horas,
e os dias passam sem sossego
para aqueles que não tem pra quem doar as suas horas;
E meus dias se vão...
E minhas noites se erguem...
Sem a tua presença tudo é solidão.




(*Foto de Samara Sodré, minha amiga coca-cola)