terça-feira, 9 de agosto de 2011

Fulano

Era uma vez um sujeito chamado fulano que morava no fim do mundo, onde ele era João ninguém. Não tinha família, amigos, nem cão de estimação. Mas tinha uma menina bonita que passava pela estrada a caminho de casa, com o cabelo brilhando, olhos tristes, segurando a barra da saia que o vento insistia em levantar.
Fulano triste, vivia sua vida triste e solitária em sua cabana. Nesse rancho, que abrigava o mundo de Fulano, ele sonhava em ficar rico comprar uma roça com muita cabeça de gado, ser chamado de Dr. Fulano de Tal e se casar com a menina dos olhos tristes.
Um belo dia caiu um pé d’água muito forte, com trovão e relâmpago, e Deus por pena (ou por gozação) lançou um raio na cabana de Fulano, que pegou fogo, incendiou, clareou o céu ... Fulano morreu queimado que nem carvão e seus sonhos tão bonitos e bem bolados viraram cinza, que o vento carregou com toda a sua fúria para a casa da Menina e invadiu seus olhos tristes que se encheram de lagrimas e a fez chorar por muitos dias.
Hoje a Menina dos olhos tristes não chora mais porque ela fez promessa e foi se embora pra longe, pra terra do distante. Se deu bem na vida, casou-se com Dr. Colarinho Branco e agora é madame, Madame Alta Sociedade.

(Pessoal sei que o texto é bastante ingênuo, é que quando o fiz eu tinha apenas 13 anos e era, como diria Raul, "Inocente, puro e besta")


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