terça-feira, 15 de novembro de 2011

Insone

O problema não é o cansaço que a noite mal dormida traz, nem as olheiras e a sensação de ressaca, o problema são os fantasmas que me visitam durante a insônia. Toda aquela agitação frenética das decisões que serão tomadas “no amanhã” e as atitudes planejadas como estratégias de ação marcando os passos como uma dança da rotina diária. Logo a lógica me atinge e a consciência de que já está tarde e que o corpo precisa descansar. Entretanto o cérebro se regula por outro fuso horário, minha memória decide rodar o antivírus e começa a fuçar todo o arquivo armazenado nas prateleiras do meu inconsciente e tudo, então, vira um pandemônio. Promovo revoluções anarquistas,me suicido, vejo o meu filho se formar, economizo dinheiro e pago minhas contas, escrevo meu tratado sobre a vida, suicido alguém, entendo alguns mistérios por meio de outros que desconheço, me convenço de que sou ateu. E esse maldito cachorro que não para de latir, ah meu eterno mau humor!(que vontade de fumar!). A cama se converte na própria cruz, a coluna dói mais as pernas querem correr. Recalculo cada erro que cometi na vida centenas de vezes, a fim de entender porque carrego tanta culpa nas minhas costas, compreendo que sou culpado, aceito a decisão do júri, levanto convicto que quero me divorciar de mim.


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