Anti-Social
Desejo tragar esta dor burguesa
A nicotina, narcótico de um mundo vão
Este cheiro de metal oxidado
Teoremas, tema inventado
Ferro ferido, ferrugem matemática
Perdida, fumaça metafórica
E num texto o pretexto, vã gramática
Da rima desarrumada, hiperbólica.
Varrer o coma acometido em tédio
Vestir os homens nus de pão e almas
Alcoólica existência, nervo sério
Vômito indômito, crianças peladas.
Olhos sem íris, Ísis maltratada.
E no instante, pelves perplexas
Geram camadas de gente, desconexas
Língua ácida, girândolas anacrônicas
De traças, o estrago,
Da sede, o indulgente trago
Páginas puídas, anatômicas
Um livro rabiscado.
Ferro ferido, ferrugem matemática
Perdida, fumaça metafórica
E num texto o pretexto, vã gramática
Da rima desarrumada, hiperbólica.
Varrer o coma acometido em tédio
Vestir os homens nus de pão e almas
Alcoólica existência, nervo sério
Vômito indômito, crianças peladas.
Olhos sem íris, Ísis maltratada.
E no instante, pelves perplexas
Geram camadas de gente, desconexas
Língua ácida, girândolas anacrônicas
De traças, o estrago,
Da sede, o indulgente trago
Páginas puídas, anatômicas
Um livro rabiscado.
(Jailda Santana)