Mergulhei meus olhos na escuridão
E busquei o núcleo de minha essência,
Aprofundei-me nas chagas de meu coração
E abstive-me do vício da prudência;
Me vi no meio de anjos e aberrações,
Que dançavam de maneira pagã, desobediente,
E eu, cego, tinha lampejos de premonições,
Engajei-me naquele ritual, livre, inconsciente;
Afundei-me no lamaçal da existência
Onde só existe o nada,
Descobri que a alienação do barro é pura impotência,
Sofri entre o questionamento e a resposta não encontrada;
Chorei longas noites de vazio inconsolado,
Quando por olhos telecinéticos, Deus mulher me mostrou,
Que eu procurava no caminho errado
E o sentido da coexistência, então, retornou;
Recebi um amuleto tão pequeno quanto precioso,
Por uma questão metafísica abandonei a necessidade do “por quê?”,
Sabia que o mundo começava agora, com um sentido novo,
*Dedico esse poema a meu filho Ruan, que no simples fato de existir me fez renovar meus valores e acreditar novamente em dias melhores.