sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Cefaléia

Os cães raivosos mordem minha cabeça com violência,
Procurando rachar a armadura de osso que protege minha consciência,
E eu já estou tão entregue que assisto a toda essa fúria
Com a passividade dos derrotados;


Eles grunhem e mostram suas presas afiadas,
Mais não largam a presa,
Estão querendo perfurar meu crânio de dentro pra fora,
Espatifar meus miolos no chão imundo;


Querem ganhar a liberdade para uivar no mundo real,
Não suportam mais ser prisioneiros dos meus vasos sanguíneos,
Dos impulsos elétricos do meu cérebro,
Não querem mais as trevas do meu subconsciente;


Eles também sofrem...
Choram enquanto experimentam o prazer da dor,
Sabem que a liberdade
Também será a morte da matilha.





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