terça-feira, 21 de setembro de 2010

A Sobrevivente

Se a lua despencasse
E era o fim prenunciado,
Escrito com classe,
Concretizado;

O ódio dos Deuses em larva
Nos petrificasse
Materializando nosso karma,
Ou só nos congelasse;

E você não teria tempo
Pra retocar seu batom,
As estátuas chorando ao relento
E o silêncio seria o único som;

Uma nova era de isolamento,
O fim de Pompéia ou Atlântida,
Um novo e interminável tempo,
Uma estação satânica;

A dor, o desespero e o mal
Queimasse em sua alma,
O mundo num inferno astral,
E então perderia sua calma?

A fria neblina em seu calvário
Você sozinha, ali, sentada
O júbilo é seu relicário,
O seu corpo, toda suada,

E ainda vendo a dor
Mas , não mais amedrontada
Cantando canções de amor,
Rumo em direção ao nada.


(*Samara Sodré)

2 comentários:

  1. Eu lembrei muito da música Parabólica de Engenheiros aqui agora. Nó, muito bom esse!

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  2. Meu amigo, sabia que tinha talento... mas não sabia o quanto! Parabéns. Bjs, Giuliana

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